O Itaú inovou mais uma vez, para pior, ao inventar uma nova forma de demitir os trabalhadores que constroem seu lucro – que em 2022 ultrapassou R$ 30 bilhões, crescimento de 14,5% em doze meses – a demissão “humanizada”.
A demissão “humanizada” trata-se de um aviso ao trabalhador de que ele será demitido dali um tempo. O banco defende que esta é uma forma do bancário não ser pego de surpresa com a demissão e ter tempo para buscar a realocação.
A dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Itaú, Elaine Machado, esclarece que essa modalidade de demissão será implementada pelo banco em áreas que passarão por reestruturação, extinção de cargo ou impossibilidade de continuar exercendo a função. Para a dirigente, o Itaú desvirtua completamente o conceito de humanização com a medida.
“Não existe forma humanizada de um banco como o Itaú, que em 2022 lucrou mais de R$ 30 bilhões, demitir pais e mães de família que construíram seus resultados. Não existe qualquer justificativa para o Itaú demitir” Elaine Machado, dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Itaú.
A ideia de humanização do Itaú é que um trabalhador – que já sofre rotineiramente com metas abusivas, sobrecarga de trabalho e assédio – tenha que enfrentar esta dura rotina sabendo que será demitido. Por óbvio que isso levará ao adoecimento mental e físico. Onde está a humanização?”, questiona a dirigente do Sindicato.
Um exemplo desta prática, levada ao extremo, é uma área que será encerrada pelo Itaú por conta de uma automação bancária. Temos denúncias de que, mesmo com prazo estabelecido até 3 de abril para os bancários se realocarem, alguns trabalhadores já estão sendo avisados que serão demitidos na data limite para realocação, inclusive com orientação para que estas pessoas batam o ponto normalmente, mas não trabalhem, uma vez que serão desligados.
O Sindicato cobra do Itaú que, ao invés de demitir, assuma a responsabilidade de realocar estes trabalhadores na própria empresa. “Isso sim é colocar em prática o discurso de respeito e humanidade para com os seus funcionários”, conclui Elaine.
Matéria: Sindicato dos bancários de São Paulo e Osasco
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