Os empregados da Caixa vão realizar na próxima quarta-feira (5) mobilização em todo o país para denunciar o ataque aos direitos dos trabalhadores e o desmonte do banco. Nesta semana, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) encaminhou ofício à direção da Caixa Econômica Federal reivindicando a suspensão da reestruturação, anunciada pela empresa em 22 de janeiro, e o agendamento de reunião com a comissão de empregados para debater o processo. No ofício, a Contraf/CUT destaca que “as alterações nas áreas impactam drasticamente os empregados, que se encontram em situação vulnerável, inclusive pela falta de informações, gerando pânico quanto a eventuais extinções e dispensas das funções, que repercutem na vida financeira e pessoal dos empregados”. A entidade lembra ainda que não houve negociação prévia com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), contrariando o parágrafo segundo da cláusula 47 do ACT 2018/2020, que prevê que a Caixa se compromete a discutir “quaisquer impactos na vida funcional dos empregados, decorrentes da implantação de novos processos de trabalho pela empresa”. A reestruturação precariza ainda mais as condições de trabalho, acarretando problemas como mudança brusca de atividades, cobranças de metas abusivas, descomissionamentos sumários, fim de postos de trabalho e transferências compulsórias. “É fundamental que a Caixa abra discussão com as entidades sindicais para buscar soluções para os impactos na vida funcional dos empregados, que estão sendo afetados pelas reestruturações, estabelecendo algumas garantias para que não haja prejuízos aos trabalhadores”, disse o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis. “Sabemos que muita gente vai perder a função, outras pessoas terão que mudar de cidade. Na prática, o que está sendo feito é uma mudança significativa no conjunto das agências. Esse modelo está levando a Caixa a sair do seu papel de banco público, a sair do seu papel de banco que atende a população, e estão levando para uma visão de banco comercial”, afirmou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e vice-presidente da Fenae.
Esquenta para o Dia Nacional
No dia 5 de fevereiro, a orientação da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) é para que os sindicatos e federações realizem atividades retardando a abertura de agências. Uma carta direcionada aos empregados será distribuída nas unidades para chamar atenção sobre os pontos negativos da reestruturação, anunciada no dia 22 de fevereiro, e os ataques ao papel social do banco. Denominada esquenta do dia 13 – quando ocorrerá um Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação – a mobilização deve ser intensificada também nas redes sociais com twitaço a partir das 11h do dia 5 de fevereiro, usando as hashtags #SomosMuitasCaixas, #ACaixaéTodaSua e #EsquentaparaoDia13. “É importante que o maior número de empregados participe dessas mobilizações para debater o processo e encontrar formas de barrar essas mudanças que certamente estão impactando negativamente os trabalhadores, que serão afetados por mais uma reestruturação do banco”, convocou Dionísio Reis.
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