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Comando Nacional cobra a garantia de empregos e ultratividade do acordo

Trabalhadores apresentaram números para mostrar que bancos estão reduzindo contratações formais por terceirizados; até na área de TI, onde houve expansão, bancos priorizam terceirizações


O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, nesta quarta-feira (26), com representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para a primeira reunião de negociação, que tratou sobre “Emprego”. Antes de entrar no tema, os trabalhadores cobraram a assinatura da ultratividade do acordo, para que todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria sigam válidos até a assinatura do novo acordo."


Nós decidimos iniciar a mesa de negociação com este pedido, para seguirmos os próximos passos com serenidade, tendo essa garantia de que nossos direitos seguirão valendo, até a renovação do acordo", explicou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.


O presidente do SINTRAFI FLORIPA, Cleberson Pacheco, que também é integrante do Comando Nacional dos Bancários, relatou que "o Comando cobrou a garantia da ultratividade, que é a renovação automática da CCT até que as negociações encerrem. A FENABAN destacou sua 'boa fé ' na construção de um debate que respeite a data base da categoria, mas não sinalizou positivamente a um pré-acordo."



Com relação ao tema Emprego, o dirigente contou que "o Comando cobrou o fim das terceirizações nos bancos e o fim das demissões imotivadas. Após uma série de argumentações, o representante da FENABAN assumiu o compromisso de debater o assunto com os bancos mas sem sinalizar positivamente para as reivindicações levantadas. Sobre o crescimento dos profissionais de TI e a grande diferença nas contratações entre homens e mulheres, o representante da FENABAN reconheceu os dados e assumiu o compromisso de retomar o assunto na mesa de igualdade de oportunidades."



Números


Ao entrar no tema central da mesa, os trabalhadores apontaram que o setor bancário está na contramão de todos os demais setores do ramo financeiro, enxugando vagas e fechando agências.


Segundo dados da RAIS (base de dados estatísticos, organizados pelo Ministério do Trabalho e Previdência), entre 2012 e 2022, a categoria bancária saiu de 513 mil pessoas para 433 mil, redução de 16% (79,5 mil). No mesmo período, as demais categorias do ramo financeiro aumentaram em 72% os postos de trabalho, passando de 323 mil para 555 mil.


Enquanto isso, nos últimos cinco anos, os bancos fecharam mais de 3 mil agências, a maioria nas áreas com elevada necessidade social, ou seja, fora dos grandes centros, deixando as pequenas cidades desassistidas do serviço bancário.


O Comando Nacional também revelou aos banqueiros que a Consulta Nacional deste ano apontou que para 68% dos trabalhadores dos bancos privados a principal preocupação é com a garantia do emprego. 


A Fenaban alegou que as vagas de emprego dependem de crescimento econômico. O Comando, então, propôs a assinatura de uma carta conjunta para cobrarem juntos, do Banco Central, a redução da taxa básica de juros, a Selic, que está em um percentual que faz com que o Brasil tenha um dos maiores juros reais do mundo, comprometendo o desenvolvimento do setor produtivo e a criação de empregos. “Ao invés de colaborar com o crescimento do país, o BC está contribuindo com os que vivem de especulação financeira”, reforçou Juvandia.


Terceirização


Com base em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Comando apontou também que, em 2023, os bancos aumentaram em 22% a contratação de profissionais de TI, porém, no mesmo ano, houve o aumento de 89% de profissionais terceirizados nesta mesma área.


Os representantes dos trabalhadores destacaram o caso do Santander, que vem substituindo bancários por contratados PJ, com salários de R$ 1.500, além de uma remuneração variável. Esses mesmos funcionários têm acesso ao sistema do banco e atendem aos clientes, sendo que, em alguns lugares, há relatos de que chegam a realizar cinco visitas ao dia. 


Outras pautas da mesa


- Os trabalhadores cobraram ainda o retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, para garantia de direitos dos desligados;


- Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica;


- Indenização adicional em caso de demissão.


Manifestações nas redes sociais


Durante a reunião, bancários e bancárias de todo o país foram mobilizadas para uma manifestação nas redes sociais, com o uso da hashtag #JuntosPorEmprego. As atividades em rede resultaram em mais de 136 mil reações e alcançou o 1º lugar nos tópicos mais comentados da rede X (ex-Twitter), no Brasil, nesta quarta-feira.


Calendário das próximas reuniões


Julho


2/07 – Cláusulas sociais


11/07 – Igualdade de oportunidades


18 e 25/07 – Saúde e condições de trabalho: incluindo discussões sobre pessoas com deficiência (PCDs), neurodivergentes e combate aos programas de metas abusivas


Agosto


6 e 13/08 – Cláusulas econômicas


20/07 – Em definição


27/07 – Em definição


Sintrafi Floripa realizará Ato de Lançamento da Campanha em Florianópolis


Vem, bancário e bancária, tomar um café da manhã e participar do Ato de Lançamento da Campanha Nacional dos Bancários, que acontecerá nesta sexta-feira, 28, a partir das 8h30, na Praça XV de Novembro, em Florianópolis.



Fonte: Contraf/CUT, com edição de Sintrafi Floripa

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