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Banrisul usa calamidade para anunciar desmonte do Banco e vira as costas para os vitimados pelas enchentes


Durante reunião com a Comissão de Organização de Empregados (COE), na tarde desta quarta-feira (31/07), negociadores do Banrisul confirmaram o fechamento da agência Mathias Velho, localizada no bairro mais populoso de Canoas. Outras duas, Beira-Rio e Palácio da Polícia, em Porto Alegre, também deixarão de existir. Segundo eles, "trata-se de uma estratégia comercial desenhada antes da enchente". Dirigentes sindicais avaliam que o Banco está se aproveitando da fragilidade do momento, em função da tragédia climática, para cumprir mais uma etapa do desmonte planejado pelo governo neoliberal de Eduardo Leite (PSDB). 


Ao trazer os retornos para a COE, logo no começo da reunião, o negociador oficial do Banrisul anunciou que o Banco pretende renovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) nos moldes atuais, sem acréscimos das pautas reivindicadas pelo Movimento Sindical. A coordenação da COE argumentou que muitas das demandas trazidas à mesa já constam no ACT, mas não vêm sendo cumpridas pelo Banco.


Confira o retorno do Banrisul sobre cada ponto levado à mesa:


1. Garantir no ACT medidas emergenciais em caso de calamidade: Não

2. Anuência em relação ao afastamento de funcionários(as) para cuidar de filhos menores e/ou pais idosos quando doentes: já existe regulamentação para esses casos

3. Pagamento da diferença salarial entre cargos, em caso de substituição: faz parte das normativas do Banco.

4. Esclarecimentos sobre o fechamento de agências devido às enchentes: serão fechadas as três citadas acima. 

5. Criação de canais específicos para denúncias de assédio moral e/ou sexual: será utilizado o canal já existente

6. Transparência no sistema de transferências e seleções internas (Promove): sistema foi atualizado

7. Não conceder empréstimo a empresas que tenham condenações ambientais e trabalhistas: será levado para avaliação interna

8. Estender Promed para os novos funcionários: será avaliado

9. Retomada da Mesa de Metas paralela às negociações do ACT: banco só vai debater depois da Campanha Nacional


A COE pediu que o Banrisul encaminhe as normativas em relação às substituições de cargos; aos  atestados médicos para acompanhar filhos e/ou pais doentes; e aos programas voltados para saúde do trabalhador. Também foi solicitado que o auxílio-emergencial, concedido aos funcionários afastados por questões de saúde por mais de 15 dias, seja pago automaticamente, conforme acontece nos demais bancos. Sobre a criação de um canal específico para denúncias de assédio, os representantes dos trabalhadores lembraram que está previsto na CCT. 


Em relação ao fechamento de agências, o Movimento Sindical considera uma "medida cruel neste momento, em especial com as populações da periferia". A argumentação se dá com base no caráter público do Banrisul, que deveria exercer um papel fundamental na reconstrução da economia do estado. 


Os próximos encontros ficaram agendados para os dias 7, 15 e 22 de agosto.

Na sexta-feira (02/08), às 18h, haverá Plenária de Informes da Campanha Nacional organizada pelo SindBancários de Porto Alegre e Região, com transmissão pelas redes sociais.

 

Fonte: Assessorias de Comunicação da Fetrafi-RS e do SindBancários Poa

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